Foto: Thamyris Mello
Implantes e DIU hormonal são oferecidos gratuitamente nas Unidades de Saúde da Família, promovendo dignidade e saúde reprodutiva a quem mais precisa
A Prefeitura de Maricá deu mais um passo importante na promoção da saúde reprodutiva ao oferecer gratuitamente métodos contraceptivos de longa duração a públicos prioritários atendidos pelas Unidades de Saúde da Família (USF). A iniciativa, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, foi celebrada com um evento no Centro Materno Infantil, que marcou oficialmente a inserção do implante contraceptivo (Implanon) e do DIU hormonal (SIU de Levonorgestrel, conhecido como Mirena) na rede pública municipal.
A ação busca garantir autonomia e segurança para pessoas em situação de maior vulnerabilidade, seguindo os critérios técnicos estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quem pode receber os métodos?
Os métodos são direcionados a grupos específicos, conforme avaliação clínica. O DIU hormonal, por exemplo, é indicado a mulheres e homens trans que tenham histórico de obesidade, tenham realizado cirurgia bariátrica, enfrentem sangramento uterino anormal em tratamento ou que não possam utilizar terapias hormonais à base de estrogênio.
Já o implante subdérmico é voltado a adolescentes de 15 a 17 anos em vulnerabilidade social, mulheres e homens trans com transtornos mentais severos, pessoas vivendo com HIV ou que não tenham se adaptado a outros métodos contraceptivos. A proposta é assegurar um planejamento reprodutivo seguro e acessível para quem enfrenta barreiras no sistema de saúde privado.
Um cuidado que transforma vidas
Durante o evento, Maria Luiza Freitas, de 28 anos, moradora da Mumbuca, foi uma das primeiras a receber o implante gratuitamente. “Eu nunca conseguiria pagar por isso em uma clínica particular. Poder fazer aqui, de graça, e ainda com todo esse cuidado, foi maravilhoso. O procedimento foi rápido e indolor”, compartilhou, emocionada.
O secretário de Saúde, Marcelo Velho, também esteve presente e destacou a importância da iniciativa. “Estamos falando de um avanço concreto na saúde pública. Os métodos de longa duração são altamente eficazes e proporcionam mais autonomia às pessoas sobre seus corpos. Estamos garantindo acesso e dignidade”, afirmou.
Como acessar os métodos?
Quem estiver dentro dos critérios estabelecidos deve procurar a Unidade de Saúde da Família da sua região. Lá, passará por atendimento com a equipe multiprofissional, que orientará sobre o planejamento reprodutivo e, caso haja indicação clínica, fará o encaminhamento para a inserção do método.
Pessoas que já estejam cadastradas e na fila de espera serão chamadas para agendamento nas próximas semanas.
Além do DIU hormonal e do implante, o município também oferece o DIU de cobre — método sem hormônio e indicado para o público em geral — disponível nas unidades básicas de saúde.
Entenda como funcionam os métodos
O DIU hormonal é um pequeno dispositivo em formato de “T” que libera continuamente o hormônio levonorgestrel no útero. Ele age reduzindo a espessura do endométrio, o que impede a gravidez. Tem duração de até 5 anos e pode ser retirado a qualquer momento. Além disso, auxilia no controle de cólicas e sintomas relacionados à endometriose, sem interferir nas relações sexuais.
Já o implante subdérmico é um bastonete fino inserido sob a pele do braço, liberando gradualmente o hormônio etonogestrel. Sua eficácia se mantém por até 3 anos e, assim como o DIU, pode ser removido quando necessário. É uma excelente alternativa para quem não se adapta a pílulas diárias ou não pode usar estrogênio.
Conclusão
Com essa política de cuidado ampliado, Maricá reafirma seu compromisso com a saúde pública inclusiva, garantindo que mulheres, adolescentes e pessoas trans em condições vulneráveis tenham acesso a métodos eficazes, seguros e gratuitos. Um avanço que vai muito além da prevenção: trata-se de oferecer escolha, respeito e dignidade.
Fotos: Thamyris Mello


