Foto: Anselmo Mourão
Prefeito Washington Quaquá destaca protagonismo das cidades e recebe delegações internacionais em celebração marcada por cultura, diplomacia e inovação social
Maricá, cidade do litoral fluminense, foi palco de um momento histórico ao sediar a Assembleia Geral da Associação de Cidades e Municípios do BRICS+. Lideranças de 26 países estiveram presentes no município para discutir o papel dos governos locais em um novo cenário global mais inclusivo e sustentável.
Logo na chegada, os representantes internacionais foram recepcionados pelo prefeito Washington Quaquá, que também preside a Associação Brasileira de Municípios (ABM). A recepção, que ocorreu na noite de segunda-feira (26), incluiu um jantar especial e apresentações culturais que deram o tom de brasilidade e acolhimento ao evento.
Cultura local em destaque
Com um espetáculo que mesclou bossa nova e funk, os bailarinos da Companhia das Artes Lídia Maria abriram a noite de forma vibrante. Em seguida, a União de Maricá levou o samba para o centro do palco, conquistando os visitantes com a força da cultura popular brasileira. A cerimônia oficial contou ainda com as vozes marcantes de Neguinho da Beija-Flor e das cantoras maricaenses Jô Borges, Vivi Serrano e Cacau Souza, que entoaram os hinos nacional e municipal.
Uma nova visão de mundo a partir das cidades
Durante seu discurso, Quaquá fez questão de ressaltar o papel transformador das cidades:
“Um novo mundo está se abrindo diante dos nossos olhos. E é a partir das cidades que vamos construir essa nova realidade, com uma economia cada vez mais inclusiva. Queremos uma economia que não tenha preconceito com o empresário, mas que também olhe para as pessoas e para as famílias.”
Essa visão resume bem o espírito do encontro: construir pontes entre nações a partir da atuação municipal, valorizando o desenvolvimento local e a troca de experiências bem-sucedidas entre governos de diferentes partes do mundo.
Debates estratégicos e cooperação global
A programação da assembleia seguiu intensa na terça-feira (27), com diversas reuniões temáticas. Entre os temas abordados, destacaram-se o desenvolvimento sustentável com foco em segurança alimentar e práticas ESG, o empoderamento feminino, a juventude e os desafios da arquitetura urbana.
Uma das mesas mais aguardadas foi o debate com representantes da Federação Latino-americana de Cidades, Municípios e Associações de Governos Locais (FLACMA), que aconteceu pela manhã.
À tarde, a cerimônia de abertura da Assembleia Geral oficializou os compromissos assumidos pelas cidades do BRICS+ com o fortalecimento institucional e a cooperação técnica. Ainda no fim do dia, as delegações retornaram à capital fluminense.
Maricá como modelo de inovação social
Na quarta-feira (28), os líderes estrangeiros puderam conhecer de perto algumas das iniciativas mais reconhecidas da administração municipal de Maricá. Entre as visitas programadas, estiveram a Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado, e a Casa Darcy Ribeiro, em Cordeirinho.
Outro destaque foi a visita à “Casa das Utopias”, que abriga os projetos adquiridos de Oscar Niemeyer, seguidos de uma apresentação detalhada do Banco Mumbuca — referência nacional em economia solidária e moeda social. A programação incluiu ainda o Território do Futuro, o Hub de Tecnologia e os CEPTs (Centros de Educação Pública Transformadora), que integram uma nova visão de educação pública.
O que é o BRICS+?
O BRICS+ representa uma ampliação do antigo grupo BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Agora, o bloco inclui também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Essa expansão visa reforçar a cooperação entre países de economias emergentes e promover um modelo de desenvolvimento mais justo, multilateral e colaborativo.
Maricá no radar internacional
O protagonismo de Maricá em sediar um evento dessa magnitude não apenas fortalece seu posicionamento no cenário global, como também evidencia o potencial das cidades brasileiras no enfrentamento dos grandes desafios mundiais. Mais do que uma sede, Maricá mostrou que tem muito a ensinar — e também a aprender — com o diálogo internacional e a prática local de políticas públicas transformadoras.
Fotos: Anselmo Mourão











