Maricá Leva Inclusão e Respeito para o Desfile das Campeãs na Marquês de Sapucaí

Notícias de Maricá

Fotos: Thamyris Mello

Uma Noite de Emoção e Inclusão

Na noite de sábado, 08 de março, a Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, foi palco de uma emoção indescritível. Cerca de 50 integrantes da Secretaria de Pessoa com Deficiência e Inclusão de Maricá desfilaram, pela primeira vez, na maior passarela do samba. Convidados pela Escola de Samba Embaixadores da Alegria, a única do mundo dedicada a pessoas com deficiências, os participantes abriram o desfile das Campeãs do Grupo Especial do Carnaval Carioca.

A secretária Tatiana Castor não conseguiu esconder a emoção ao ver os assistidos pela pasta, juntamente com seus responsáveis, profissionais da secretaria e ativistas, realizando um sonho. “É emocionante demais. É a primeira vez de todos os assistidos. Isso mostra para a sociedade que eles podem estar incluídos onde quiserem. É fantástico”, comemorou.

Alegria e Simpatia na Avenida

Além disso, desfilando na ala “Aldeia 3: Da aldeia da alegria para o mundo”, pessoas com nanismo, cadeirantes e autistas esbanjaram simpatia e alegria, acenando para o público que assistia do alto das arquibancadas. Durante os cerca de 30 minutos em que a escola passou pela avenida, a energia positiva contagiou a todos.

Preparativos e Expectativas

Primeiramente, na concentração, na Avenida Presidente Vargas, a psicopedagoga falou da felicidade em levar seu filho Miguel Medeiros, de 6 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), para a Sapucaí. “É uma oportunidade de experimentar uma emoção nova e dar para ele essa experiência única. É pertencer”, comentou.

Da mesma forma, a terapeuta ocupacional Carla Silva, de 48 anos, acompanhava Alexandre, que possui deficiência intelectual. “Estou muito feliz por poder trazer o Alexandre. Ele está curtindo demais. Dá para ver a alegria dele estampada no rosto”, disse.

Satisfação e Realização

Ademais, Leo Guedes, coordenador do Centro de Atenção Integral à Família de PCDs (Caif), destacou a satisfação de proporcionar essa experiência para os assistidos. “Está sendo uma satisfação muito grande. Eles estão eufóricos. Participar de uma escola como essa é um prazer para todos”, afirmou.

Enquanto isso, o técnico de enfermagem Felipe Félix acompanhava Marcelo Araújo, de 33 anos, que tem deficiência intelectual. “É uma sensação única participar de um projeto histórico. É a primeira vez que estou aqui e presenciar isso está sendo incrível”, destacou.

Sonhos Realizados

Além disso, Priscila da Silva, de 36 anos, agradeceu a oportunidade de realizar o sonho do filho Jonathan Matheus, de 14 anos, que tem paralisia. “Ele ama samba e está muito feliz. Ele disse que para o sonho ficar completo só faltava ser entrevistado”, brincou. “Agora, dando essa entrevista, eu realizei todos os meus sonhos”, emendou o adolescente.

Por fim, o atleta maricaense Daniel Rangel, de 28 anos, descreveu a sensação de desfilar na Marquês de Sapucaí. “Sensação única de pisar nessa avenida que tem uma história, carrega um legado. A gente fica arrepiado. É alegria, é responsabilidade, é magnífico. São todas as sensações ao mesmo tempo. É incrível”, afirmou.

A Trajetória dos Embaixadores da Alegria

Fundada em 2006 por Paul Davies e Caio Leitão, a Embaixadores da Alegria utiliza a cultura, o samba, a arte e a educação como ferramentas de inclusão social para pessoas com e sem deficiência. Ao longo de sua trajetória, a escola já beneficiou 19.500 pessoas por meio de desfiles acessíveis, oficinas de Carnaval, palestras, teatro e shows. Este foi o 17º ano consecutivo que a escola abriu o desfile das Campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro, reunindo foliões de diversas instituições ligadas à causa. Atualmente, a associação mantém diálogo com mais de 80 instituições, grupos e projetos no Brasil e no exterior.

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