O prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT), afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais que cortará o ponto dos servidores públicos da educação que faltarem ao trabalho devido à paralisação convocada pelo Sindicato dos Profissionais da Educação de Maricá (Sineduc).
“Quem parar de trabalhar durante o dia terá o ponto cortado. Aqui funciona assim: trabalhou, recebeu. Não trabalhou, eu vou cortar o ponto”, declarou o prefeito em tom firme.
Reajustes salariais e críticas à mobilização
Durante a gravação, Quaquá ressaltou que, em seus dois primeiros mandatos, os profissionais da educação tiveram um aumento salarial acumulado de 76% acima da inflação. Ele também atribuiu a paralisação à influência de um partido de esquerda, sem mencionar qual.
“Nossas crianças não podem ficar sem aulas. Se não derem aulas para as crianças, corto o ponto”, reforçou o prefeito.
Reivindicações dos profissionais da educação
A paralisação, organizada pelo Sineduc, tem como objetivo pressionar a administração municipal para atender a uma série de reivindicações. Entre os principais pontos defendidos pelos profissionais da educação estão:
- Reajuste salarial acima da inflação;
- Retomada do pagamento do Auxílio Alimentação para todos os servidores, que recentemente passou a ser restrito àqueles que ganham até cinco salários mínimos;
- Revisão da forma de pagamento do auxílio transporte;
- Ampliação da carga horária do Professor Docente I de 15h para 18h, garantindo mais tempo para o planejamento pedagógico;
- Retomada do debate sobre o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS);
- Convocação imediata dos concursados;
- Plano de construção de novas escolas e melhorias na infraestrutura das unidades já existentes;
- Equiparação salarial entre todos os professores, incluindo Docentes I, Docentes II, Operadores de Ensino (Ops), Orientadores Educacionais (OEs) e Inspetores Escolares;
- Realização de concurso público para cargos da educação que não foram contemplados no último certame;
- Redução do número de alunos por turma, evitando a superlotação das salas de aula;
- Inclusão dos profissionais de apoio no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Educação;
- Mudança na estrutura de avaliação escolar, passando do sistema bimestral para trimestral, com redução da quantidade de instrumentos avaliativos;
- Fim do fracionamento das disciplinas de Português e Matemática;
- Eleição direta para diretores escolares, substituindo o atual modelo de consulta pública.
Clima de tensão entre governo e servidores
A posição do prefeito gerou reações diversas entre os profissionais da educação e a população. Enquanto alguns defendem a necessidade de manter as aulas para os alunos, outros apoiam a mobilização do sindicato como uma forma legítima de reivindicação por melhores condições de trabalho e remuneração.
O impasse continua, e a expectativa é de que novas negociações ocorram para tentar um acordo entre a administração municipal e os profissionais da educação. Enquanto isso, a população acompanha atentamente os desdobramentos desse embate, que pode impactar diretamente o funcionamento das escolas municipais e a qualidade do ensino oferecido às crianças e adolescentes de Maricá.