Foto: Thamyris Mello
Nova medida amplia acolhimento às mulheres em situação de vulnerabilidade nos fins de semana e feriados
Lembro bem do dia em que visitei Maricá pela primeira vez. Uma cidade com potencial imenso, mas que, como tantas outras no Brasil, enfrentava desafios significativos na proteção das mulheres. Hoje, vejo com satisfação como o município tem avançado nessa área tão crucial para nossa sociedade.
Em um movimento que demonstra compromisso real com a segurança feminina, a Prefeitura de Maricá acaba de anunciar uma mudança que pode salvar vidas: a Casa da Mulher funcionará 24 horas durante fins de semana e feriados, além de estender seu atendimento para além do horário comercial nos dias úteis.
O Poder da Ação Integrada
A ampliação do horário de atendimento não surgiu do nada. Foi fruto de uma importante roda de conversa realizada na última terça-feira, que reuniu diversos atores fundamentais na rede de proteção à mulher. Estavam presentes representantes da Patrulha Maria da Penha, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
Durante o encontro, que aconteceu na própria Casa da Mulher, no Centro de Maricá, profissionais compartilharam experiências e discutiram estratégias para aprimorar o acolhimento às vítimas. O delegado Cláudio Oliveira, da 82ª DP (Maricá), também participou das discussões, reforçando a importância do trabalho conjunto.
Vale ressaltar que esse tipo de integração não é comum em muitos municípios brasileiros. Quando diferentes instituições conversam entre si e alinham protocolos, quem ganha é a mulher que precisa de ajuda.
Palavra de Quem Faz Acontecer
“Promover esse tipo de diálogo é essencial para alinhar ações, fortalecer a rede de apoio às mulheres e valorizar o trabalho das profissionais de segurança que atuam diretamente nesse contexto”, destacou Ingrid Caldas, secretária de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres.
Por sua vez, Julio Veras, secretário de Segurança Cidadã, complementou: “A integração entre as forças de segurança e as políticas públicas é fundamental para oferecer respostas mais específicas e humanas às demandas das mulheres. Estamos comprometidos em atuar de forma conjunta e preventiva. Que as rodas de conversa e os diálogos cheguem também às unidades escolares, como forma de alerta e conscientização.”
Por Que Isso Importa Tanto?
Precisamos ser sinceros: a violência contra a mulher não tem dia nem hora para acontecer. Na verdade, muitos dos casos mais graves ocorrem justamente nos fins de semana e feriados, quando as vítimas estão mais tempo em contato com seus agressores e quando os serviços de apoio tradicionalmente estão fechados.
Ao oferecer atendimento ininterrupto nesses períodos críticos, Maricá preenche uma lacuna perigosa na rede de proteção. Uma mulher que sofre violência às 3h da manhã de um domingo agora terá para onde ir e profissionais preparados para acolhê-la.
Além do Atendimento Emergencial
Mas engana-se quem pensa que a Casa da Mulher de Maricá é apenas um local para acolhimento emergencial. O equipamento faz parte de uma estratégia mais ampla da gestão municipal voltada ao empoderamento feminino.
No local, mulheres encontram não apenas suporte para situações de violência, mas também orientação jurídica, psicológica e encaminhamentos para qualificação profissional. É um espaço pensado para transformar vidas em diferentes níveis.
O Caminho para a Mudança Real
Conversando com profissionais que atuam na área, percebo que essa mudança de horário pode parecer simples, mas representa um avanço significativo no paradigma de atendimento às vítimas de violência. Não estamos mais falando apenas em reagir à violência, mas em criar estruturas que realmente protejam as mulheres quando elas mais precisam.
Além disso, a iniciativa de levar o debate para as escolas mostra uma visão de futuro. É formando novas gerações com consciência sobre igualdade de gênero que conseguiremos, um dia, reduzir drasticamente esses números tristes de violência.
O Exemplo que Deve Ser Seguido
O que Maricá está fazendo deveria inspirar outros municípios. Sabemos que muitas cidades brasileiras ainda carecem de estruturas básicas de atendimento às mulheres em situação de violência. Algumas nem sequer possuem delegacias especializadas.
A mensagem que fica é: com vontade política e articulação entre diferentes setores, é possível criar redes de proteção mais sólidas e eficientes. Não é uma questão apenas de recursos, mas principalmente de prioridade.
O Futuro da Proteção às Mulheres em Maricá
A ampliação do horário de atendimento da Casa da Mulher é apenas uma das várias iniciativas que a Prefeitura de Maricá tem desenvolvido para promover a equidade de gênero e prevenir a violência contra a mulher no município.
Nos próximos meses, a expectativa é que mais ações sejam implementadas, fortalecendo ainda mais essa rede de proteção. E o mais importante: cada vez mais mulheres saberão que não estão sozinhas, que existe um local seguro onde podem buscar ajuda a qualquer hora do dia ou da noite.
Em tempos onde tanto se fala sobre políticas públicas para mulheres, é revigorante ver exemplos concretos como este. Afinal, não bastam discursos – são necessárias ações efetivas que façam diferença real na vida de quem mais precisa.
Texto jornalístico com informações da Prefeitura de Maricá