Projeto desenvolvido no Centro Pediátrico de Maricá transforma a conscientização sobre higiene em um ato de carinho e é premiado por instituição global de saúde no México
Quem diria que um gesto tão simples, como lavar as mãos, poderia cruzar fronteiras e emocionar pessoas ao redor do mundo? Foi exatamente isso que aconteceu com o projeto “Mãos Limpinhas”, uma iniciativa nascida no Centro Pediátrico Dr. Anísio Rangel Filho, em Maricá (RJ), que ganhou destaque em um concurso internacional promovido pela Fundación Academia Aesculap, no México.
A ação, idealizada para sensibilizar crianças, familiares e profissionais de saúde sobre a importância da higienização das mãos, garantiu o segundo lugar no concurso “Higiene de Manos”. A premiação ocorreu na última quinta-feira (08) e consagrou uma fotografia feita por Bianca Farahon, que capturou a essência do projeto de forma tocante. A imagem será publicada em breve na revista ‘Horizontes del Conocimiento’, além de outros canais da fundação organizadora.
Cuidado que se vê nos detalhes
Criado com afeto e propósito por Flaviana de Castro Metello, coordenadora de enfermagem da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), o projeto teve o apoio fundamental do infectologista Vinícius Lins Costa Melo, do Hospital Municipal Conde Modesto Leal. A proposta vai além da técnica: ela envolve empatia, criatividade e a inclusão de todos que circulam pelo ambiente hospitalar.
“Desde o início, pensamos em algo que despertasse o interesse das crianças e das famílias de forma leve, mas eficaz. Foi assim que nasceu o Mãos Limpinhas, como uma ferramenta lúdica e educativa para fortalecer a cultura de prevenção”, contou Flaviana, que também foi responsável por apresentar a iniciativa no concurso.
Reconhecimento que inspira
Para o secretário municipal de Saúde, Marcelo Velho, a premiação é a confirmação de que o caminho trilhado pela rede de saúde de Maricá está alinhado com os valores do cuidado humanizado.
“O Mãos Limpinhas é um exemplo de como pequenas atitudes geram grandes impactos. A higienização das mãos é um gesto básico, mas crucial, e esse projeto consegue envolver todos – profissionais, pacientes e familiares – num compromisso com a saúde coletiva. Receber esse reconhecimento internacional mostra que estamos no rumo certo”, afirmou.
Um varal cheio de arte e consciência
Entre as ações criadas, uma delas chamou atenção logo de início: um varal colorido com desenhos e pinturas feitos pelas próprias crianças atendidas no centro pediátrico. A proposta era simples, mas poderosa – assim como as boas ideias geralmente são.
Inspirado no clássico varal de roupas das casas brasileiras, o espaço exibe as obras dos pequenos artistas, que retratam o ato de lavar as mãos com sabão, torneiras, gotinhas de água sorridentes e até super-heróis da higiene. O resultado? Um cantinho que virou símbolo de participação e pertencimento.
Além do varal, foi desenvolvido um livreto de atividades com desenhos para colorir, tudo voltado ao tema da higienização. Essas ações, ao mesmo tempo educativas e acolhedoras, contribuíram para a adesão dos pequenos e de seus responsáveis à prática diária da limpeza das mãos – um gesto fundamental para prevenir infecções hospitalares.
Da rotina ao mundo
Mais do que uma conquista simbólica, o reconhecimento da Fundación Academia Aesculap destaca a potência das iniciativas locais com impacto global. O Mãos Limpinhas começou como um projeto dentro de um hospital, mas se transformou em um exemplo de como a humanização pode ser o elo entre o cuidado técnico e o afeto.
E se um dia alguém disser que lavar as mãos é só um detalhe, basta mostrar essa história que começou em Maricá e agora inspira o mundo.