Profissionais do Hospital Municipal Conde Modesto Leal compartilham experiências reais e transformadoras que reforçam a qualidade da saúde pública em Maricá
Em um cenário onde a humanização do cuidado e a segurança do paciente ganham cada vez mais espaço nas discussões sobre saúde pública, Maricá teve um motivo especial para se orgulhar. Profissionais do Hospital Municipal Conde Modesto Leal marcaram presença no IV Congresso Internacional da Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente (REBRAENSP), realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e levaram na bagagem não só conhecimento técnico, mas vivências reais de transformação no cuidado.
O evento, que aconteceu entre os dias 8 e 10 de abril de 2025, reuniu especialistas do Brasil e de diversos países em torno de um objetivo comum: discutir práticas seguras e sustentáveis dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Maricá se destacou com a apresentação de quatro estudos, todos aprovados na categoria “Relato de Experiência” — o que, por si só, já indica que não se trata apenas de teoria, mas de ações aplicadas na prática, que estão fazendo a diferença no dia a dia da unidade hospitalar.
Histórias que Inspiram, Resultados que Comprovam
Quem esteve no congresso pôde conhecer de perto histórias que, muitas vezes, passam despercebidas fora das paredes do hospital, mas que representam verdadeiros marcos na qualidade do atendimento público.
Um dos trabalhos apresentados foi sobre a introdução da hipodermóclise – uma técnica de administração subcutânea de medicamentos voltada para pacientes em cuidados paliativos. Além de ser menos invasiva, a prática demonstrou eficácia na redução de infecções e desconforto, beneficiando 82 pacientes e capacitando 67 profissionais da unidade.
Outro relato poderoso trouxe à tona a importância do cuidado com a saúde mental dentro dos hospitais gerais. Com medidas simples, como a substituição de objetos potencialmente perigosos e reforço da presença profissional nos leitos psiquiátricos, a equipe conseguiu reduzir episódios de agressividade e automutilação. A mensagem é clara: pequenas mudanças podem salvar vidas.
Ainda falando de segurança, o uso de termômetros infravermelhos no pós-pandemia foi colocado sob lupa. Um estudo revelou como a falha na detecção precisa da febre pode comprometer o diagnóstico de condições graves. A conclusão? A tecnologia precisa estar a serviço da segurança — e não o contrário.
Finalizando o conjunto de apresentações, o Hospital de Maricá compartilhou a criação de uma Comissão de Cuidados Paliativos. Em um ano de atuação, a CCPali realizou quase 500 pareceres e dezenas de reuniões com famílias, contribuindo para um atendimento mais humano, respeitoso e centrado nas necessidades reais dos pacientes e de seus entes queridos.
Uma Gestão que Valoriza Pessoas
Os resultados apresentados no congresso refletem diretamente o investimento contínuo da Secretaria de Saúde de Maricá na valorização dos profissionais e no fortalecimento das práticas de cuidado humanizado.
Marcelo Velho, secretário de Saúde do município, destacou que esse tipo de iniciativa comprova o comprometimento da gestão com a qualificação dos serviços prestados:
“Estamos investindo para que o atendimento nas unidades de saúde não apenas funcione, mas funcione com excelência, empatia e segurança.”
A diretora de enfermagem do hospital, Nelcimar Gomes, também expressou com orgulho a importância do reconhecimento:
“Ver nossos profissionais sendo valorizados em um congresso dessa magnitude é a prova de que estamos trilhando um caminho sólido rumo à excelência na saúde pública.”
O Que Isso Significa para a População?
Para quem depende do SUS em Maricá, isso significa mais do que boas notícias. Representa um salto na qualidade do atendimento, o fortalecimento de um modelo de saúde baseado em respeito, acolhimento e eficiência. Cada estudo apresentado é um passo na direção certa — aquela que coloca o ser humano no centro do cuidado.
E mais do que evidências científicas, o que os profissionais de Maricá levaram ao congresso foram histórias reais, vividas com coragem e dedicação. Em tempos em que a saúde pública é frequentemente colocada à prova, ver uma equipe se destacando por boas práticas é um sinal de que sim, é possível fazer diferente. E Maricá está fazendo.