Evento celebra o Dia Municipal do Pescador com competição, solidariedade e muito entretenimento na orla de Itaipuaçu
O final de semana em Maricá foi embalado pelo barulho das ondas e pela expectativa dos mais de 300 pescadores que se reuniram na orla de Itaipuaçu para a tradicional Festa da Pesca. Já em sua 51ª edição, o evento não é apenas uma competição, mas uma verdadeira celebração cultural que marca o Dia Municipal do Pescador, comemorado em 3 de maio.
Uma tradição que resiste ao tempo
Quem passa pela Avenida Benvindo Taques Horta, na esquina com a Rua Professor Cardoso de Menezes, encontra um cenário que remete às origens de Maricá. Homens e mulheres de todas as idades, munidos de varas, iscas e muita disposição, mantêm viva uma tradição que atravessa gerações.
“Isso aqui representa a nossa Maricá, a nossa origem, do nosso povo tradicional”, compartilhou emocionado o Secretário de Pesca, Xandy de Bambuí. “Maricá fomenta muito a pesca e a agricultura. Então, temos essa festa aqui há 51 anos. É um orgulho saber que a nossa tradição está viva”, completou.
Mais que uma competição, um encontro de amigos
A Festa da Pesca não se resume apenas à disputa por quem fisga o maior exemplar. Para muitos participantes, o evento é uma oportunidade de confraternização e de compartilhar histórias à beira-mar.
Foi o que contou Glauber Marinho Martins, competidor vindo de São Gonçalo, que trouxe consigo 27 amigos para participar da festa. “Isso para gente é muito prazeroso. A competição é apenas algo a mais que temos. Fazemos por amor e por hobby”, explicou o integrante do Grupo de Pesca de Itaipuaçu. Mesmo com o mar agitado dificultando um pouco a pescaria, ele comemorou ter fisgado “um pampo e uma guaivira”.
Enquanto isso, Márcio Carpanedo, morador de Itaipuaçu de 53 anos, garantiu que não perde uma edição sequer. “É prazeroso demais. Estamos fazendo o que gostamos junto com os amigos. É uma festa tradicional que não podemos faltar”, disse o pescador, que integra o Grupo Amigos e Pesca de Niterói.
Mulheres conquistam espaço nas águas salgadas
A presença feminina na Festa da Pesca vem crescendo a cada edição, mostrando que a pescaria não tem gênero. Angélica Andrade, de 47 anos, moradora de Inoã e integrante do grupo Real Lazer, foi uma das destaques ao fisgar um pampo-galhudo.
Com apenas três anos de experiência na pesca, inspirada pelo incentivo de amigos, Angélica já domina técnicas importantes. “Usei como isca uma sardinha para pescar um pampo-galhudo. Se for para pegar um peixe pequeno, é bom usar anzol menor. Estou colocando uma isca maior para chamar um pampo”, explicou ela, demonstrando conhecimento adquirido em pouco tempo.
Diversão para além da pescaria
A programação da Festa da Pesca vai muito além da competição em si. No sábado, o público pôde conferir os concursos de sereia baby, kids e tritão, enquanto no domingo aconteceu o concurso de rainha da Festa da Pesca.
Além disso, o talento local ganhou espaço com shows de artistas da região. No sábado, Thiago Dantas e Rhoan Victor fecharam a noite com chave de ouro. No domingo, foi a vez de Betinho Bahia e Ismayer Alves, com participação especial do cantor Léo Pereira, animarem os presentes.
Solidariedade em primeiro lugar
Uma característica marcante da Festa da Pesca de Maricá é seu caráter solidário. Após pesados e premiados, os peixes frescos são doados para igrejas, comunidades carentes e instituições filantrópicas. Seguindo o mesmo espírito, os organizadores arrecadam alimentos não perecíveis como forma de inscrição para a competição. Somente no sábado, cerca de 500 kg de alimentos foram recolhidos.
Categorias para todos
A competição é dividida em várias categorias, incluindo juvenil, master, sênior e feminina, permitindo que pescadores de diferentes idades e experiências tenham chance de mostrar seu talento. O prêmio vai para quem consegue fisgar o maior exemplar, em peso.
Cultura e economia local fortalecidas
A festa também serviu de vitrine para expositores artesanais, que puderam apresentar seus trabalhos feitos à mão, valorizando a cultura local. A gastronomia variada foi outro ponto alto, atraindo visitantes e movimentando a economia da região.
No domingo, o evento incluiu ainda uma campanha de educação para o trânsito, promovida pela Secretaria de Trânsito, além da distribuição de brindes para os pescadores participantes.
Entre varas de pesca, iscas, risadas e histórias compartilhadas, a 51ª Festa da Pesca de Maricá mostrou que, mais do que uma competição, trata-se de um patrimônio cultural vivo que conecta o passado e o presente da cidade, sempre de olho no futuro e na preservação dessa tradição cinquentenária que já faz parte da identidade maricaense.
Fotos: Bernardo Gomes
